Saúde discute prevenção ao suicídio

O setor de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde de Americana realizou nesta terça-feira (21), um encontro com servidores da instituição para abordar a prevenção ao suicídio. O evento faz parte da campanha Setembro Amarelo, criada pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina) e foi coordenado e apresentado pela psicóloga do setor, Richele Mendes Fonseca Fracasso, que abordou estatísticas, principais causas e formas de prevenção ao suicídio.

Richele explicou que em muitos casos os indivíduos deixam evidências sobre a intenção do ato suicida, que esse processo vai sendo gestado ao longo do tempo e que o desejo de tirar a própria vida muitas vezes pode ser observado por meio de falas e comportamentos. “Quando uma pessoa pensa em suicídio ou chega de fato ao ato, existe uma série de fatores que levou a isso. Essa pessoa já estava vivendo em sofrimento profundo, na verdade o que se deseja é acabar com o sofrimento e não com a própria vida, de fato”, comentou.

A profissional ressaltou que a pandemia fez aumentar o alerta, pois trouxe muito sofrimento com a perda de familiares e amigos, além dos desafios para muitos se adaptarem à nova realidade. “A pandemia, infelizmente, só fez agravar ainda mais o quadro, porque além das perdas humanas, toda a sociedade precisou se adaptar aos novos modos de convivência. Além disso, com a pandemia, pessoas que já tinham ideações suicidas se tornaram ainda mais fragilizadas”, destacou.

Dentre os principais fatores que levam indivíduos ao ato suicida está a doença mental, alcoolismo e outras substâncias psicoativas, abuso sexual na infância e outras situações traumáticas, doenças incapacitantes, isolamento social, bullyng e cyberbullyng, entre outros.

Segundo a psicóloga, os principais meios para a prevenção é manter a autoestima elevada, ter bom suporte familiar, manter bons relacionamentos com amigos e familiares, estar empregado, praticar alguma atividade religiosa, entre outros.

Ela chama atenção sobre como abordar pessoas em situação de risco, para que o quadro não se agrave ainda mais. “É preciso fazer uma abordagem calma, aberta, de aceitação e sem pré-julgamentos. É preciso ouvir com cordialidade, tratar a pessoa com respeito, ter empatia com suas emoções e garantir sigilo sobre a conversa”, explanou.

De janeiro até o dia 10 de setembro deste ano, Americana registrou dez mortes causadas por suicídio, sendo nove homens na faixa etária de 22, 44, 27 24, 64, 43, 80, 25 e 29 anos, além de uma mulher de 47 anos. Em 2020 foram 17 mortes, sendo 16 homens na faixa etária de 61, 33, 60, 31, 38, 46, 47, 41, 35, 83, 69, 60, 64, 27, 25 e 20 anos, além de uma mulher de 50 anos.

O município conta com uma rede de saúde mental para acolhimento, composta pelos Caps (Centro de Atenção Psicossocial). Os pacientes podem procurar ajuda diretamente nessas unidades. O Caps Adulto está localizado na Rua Estevão Carlos Vicentini, nº 115, bairro Dona Jardim Dona Rosa. O telefone é o 3461-3363. O Caps AD (Álcool e Droga) fica na Rua Chucri Zogbi, nº 540, no bairro São Vito. O telefone é o 3405-7595. Já o Caps Infantil está situado na Ru dos Cravos, nº 1702, Jardim São José (em frente ao estacionamento do Supermercado São Vicente). Os telefones são 3408-0482 e 3407-5010.

Os indivíduos também podem ligar diretamente no CVV (Centro de Valorização da Vida). O telefone é 188 cuja ligação é gratuita e confidencial.

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